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Aula 4 - Formas do Relevo

O Relevo Terrestre: A Grande Escultura do Planeta

A superfície do nosso planeta não é uniforme; ela é composta por diferentes altitudes e inclinações que, em conjunto, formam o relevo. Estudar as formas do relevo é essencial para entender onde vivemos e como as forças da natureza interagem.

As formas do relevo são o resultado do equilíbrio dinâmico entre dois tipos de agentes:

Agentes Internos (Endógenos): Constroem as grandes estruturas (tectonismo, vulcanismo).

Agentes Externos (Exógenos): Desgastam e modelam (erosão, intemperismo).

Ao longo de milhões de anos, a ação incessante desses agentes criou quatro formas principais que definem a paisagem terrestre: Planaltos, Planícies, Depressões e Montanhas.

1. Montanhas: Obras dos Agentes Internos
As montanhas são as formas de relevo mais imponentes e espetaculares.

Características

Altitude: Geralmente possuem as maiores altitudes do planeta.

Declividade: Apresentam grandes inclinações ou vertentes (encostas) muito íngremes.

Formação: São formadas principalmente pelos agentes internos, como o movimento de colisão entre as placas tectônicas, que provoca o enrugamento ou dobramento da crosta terrestre (processo chamado de orogênese).

Exemplo: A Cordilheira dos Andes, os Himalaias (onde está o Monte Everest).

É importante diferenciar:

Montanha: É a forma individual e isolada (ex: Monte Fuji).

Serra ou Cordilheira: É um conjunto de montanhas interligadas.

Montanhas jovens (como os Himalaias) costumam ser pontiagudas, pois tiveram pouco tempo para serem desgastadas. Montanhas muito antigas (como as Serras brasileiras) são mais arredondadas devido à intensa ação da erosão e do intemperismo ao longo de milhões de anos.

2. Planaltos: Domínio do Desgaste
O termo "planalto" é frequentemente confundido com "plano", mas isso nem sempre é verdade.

Características
Altitude: São áreas elevadas (em relação às áreas vizinhas), mas geralmente têm o topo relativamente plano ou, por vezes, ondulado (com ondulações suaves).

Processo Dominante: Os planaltos são definidos por estarem em constante processo de erosão (desgaste) pelos agentes externos (rios, chuva e vento). O material desgastado é transportado para as áreas mais baixas (planícies).

Exemplos: Planalto Central Brasileiro (onde está Brasília), Planalto das Guianas.

Uma forma de relevo muito comum no Brasil, que é uma variação do planalto, é a chapada. As chapadas são planaltos que possuem o topo extremamente plano e laterais muito íngremes (os chamados tabuleiros), resultantes de uma intensa erosão que "cortou" o relevo. A Chapada Diamantina, na Bahia, é um exemplo famoso.

3. Planícies: Obras da Sedimentação
Se o planalto é a área onde predomina o desgaste, a planície é a área onde predomina o acúmulo.

Características
Altitude: São áreas de baixa altitude.

Declividade: Apresentam um relevo predominantemente plano e suave.

Processo Dominante: A característica fundamental da planície é a sedimentação (deposição de material). Elas são formadas pelo acúmulo de sedimentos (areia, lama, argila) que foram transportados pelos rios e pelo mar.

Tipos de Planície:

Planície Fluvial: Formada pelo acúmulo de sedimentos trazidos pelos rios (ex: a planície do Pantanal, que é uma grande planície fluvial).

Planície Costeira/Marinha: Formada pelo acúmulo de sedimentos trazidos do continente e depositados junto ao litoral pela ação do mar (ex: as praias).

As planícies, por serem áreas planas e férteis (devido à lama dos rios), são historicamente as regiões mais procuradas para a ocupação humana e a agricultura.

4. Depressões: As Áreas Abaixo
As depressões são formas de relevo que apresentam altitudes mais baixas em relação às formas de relevo ao seu redor.

Características

Formação: São o resultado de um intenso e prolongado processo de erosão ou de um processo de falhamento na crosta terrestre que afunda o terreno.

Tipos de Depressão:

Depressão Relativa: É a mais comum. A área é mais baixa que o relevo vizinho, mas ainda está acima do nível do mar. Exemplo: A Depressão Sertaneja e do São Francisco, no Nordeste brasileiro.

Depressão Absoluta: A área está localizada abaixo do nível do mar. Exemplo: O Mar Morto (na fronteira entre Jordânia e Israel) é uma depressão absoluta.

Portanto, uma depressão é sempre uma área mais baixa, funcionando como um "caminho" ou um "vale" entre planaltos e montanhas.

O Relevo Brasileiro: Predomínio do Desgaste

O relevo do Brasil é caracterizado pela ausência de montanhas jovens e altas (como os Andes). Isso se deve ao fato de o território brasileiro estar no centro de uma placa tectônica, longe das zonas de contato onde ocorrem os dobramentos modernos.

As formas predominantes no Brasil são:

Planaltos: São as formas mais extensas.

Planícies: São comuns no litoral e nas margens dos grandes rios (como a Amazônia e o Pantanal).

Depressões: Também são muito extensas e modeladas pela erosão.

O Brasil possui um relevo antigo e, por isso, muito desgastado. As grandes altitudes que existem (como o Pico da Neblina) são serras e maciços antigos que foram intensamente rebaixados e arredondados pela ação dos agentes externos.

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Caracteres: 5170
Palavras: 784
Linhas: 92
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Autor : Professor Vlademir Manjon